segunda-feira, 19 de março de 2018

VOCÊ QUERIA QUE O TEMPO VOLTASSE?


Quantas vezes temos dito a frase "na minha época as coisas eram diferentes" ou "tempo bom, quando eu era criança, não volta mais". São tantas as coisas que temos saudades e que não voltarão jamais... Nas redes sociais fazem sucesso fotos de produtos antigos, que eram usados no tempo de nossos avós, dentre eles o ferro de passar roupas que funcionava com carvão, a máquina de costuras mecânica, movida por força das pernas da costureira, os produtos alimentícios que consumíamos quando criança e tantas coisas que "as crianças" de hoje não conheceram.

Confesso que também sinto saudades, não desses objetos/produtos, mas das pessoas de nossa família que não estão mais entre nós, pai, mãe, avós e até primos. Saudade do tempo que a minha maior responsabilidade era estudar, ir e voltar da escola, depois brincar. Que fique claro, sinto saudades, mas sei que não terei nada disso novamente.

O ferro de passar roupas é elétrico. As informações chegam em tempo real na minha mão, via celular, as roupas compro pronta, vêm da China, Japão, EUA e até do Brasil. As coisas são mais fáceis, mais simples, menos complicadas. E por isso, nos sobra tempo para fazermos tantas outras coisas boas.

Complicado mesmo é saber usar esse tempo. Saber que o tempo que nos sobra, não deve ser preenchido com o consumismo e com o uso exagerado dos equipamentos eletrônicos, acessando internet e buscando estar conectado em tudo e em todos os lugares. E saber esperar a hora de notícia, a hora da conversa e que, enquanto estamos trabalhando, não temos que estar em casa. E quando estamos em casa, não temos que estar conectados no trabalho. Isso é difícil, mesmo!

Como você sabe que o tempo não vai voltar, precisa aprender a conviver com os novos tempos. Não tem jeito. Lamentar, ver fotos, chorar o leite derramado (tempo que não volta), só trará ansiedade, tristeza, mais saudades.

Esse texto é uma reflexão sobre isso. Uma reflexão sobre a nova educação. Sobre os novos valores, sobre a nova forma de lidar com os filhos, com os pais e amigos. Precisamos pensar em rearrumar essa nova vida. Os meninos de hoje, que recebem muito mais do que nós recebíamos quando criança, são obrigados a conviver com outros problemas. Os castigos do passado, o modo de educar que nossos pais e avós nos deram, não fazem sentido hoje.

Não adianta você brigar contra os novos direitos das crianças. Você precisa arrumar uma forma, talvez seja muita conversa e muito exemplo, para explicar ao seu filho, que a escola é lugar para estudar e conviver. E não querer exigir de seu filho, que ele seja como você era.

Não tem como a educação do seu filho passar ao longe do celular. Mas o seu filho precisa entender, que ficar 18 horas usando as plataformas de tecnologia, não é uma boa forma de se conviver. Encontrar esse "meio termo" é a nossa meta. E nós temos tempo para isso, pois não precisaremos da brasa, do carvão, para aquecer o ferro de passar roupas. Não precisaremos perder horas e horas comprando tecido, levar na costureira e escolher o modelo de nossas roupas. Correios, cartas escritas à mão, agora são enviadas pelo Whatsapp ou tantos outros aplicativos de comunicação que estão à nossa disposição.

Essa semana fez sucesso nas redes sociais, a entrevista de um profissional, não sei de que área, falando sobre os erros na educação dos nossos tempos. Que os pais de hoje, dão ao filho muito mais do que receberam, quando eram crianças. Eu discordo dele. Não acho que os pais devem privar os filhos do conforto que não tiveram, só porque não tiveram. Os tempos são outros. Os jovens convivem com outras dificuldades, não tem como voltar o tempo. Essas novas dificuldades é que ensinarão. Não tenho dúvida que a adversidade, a perda, os problemas da vida, continuarão a ensinar, mas serão novas adversidades, não aquelas que enfrentamos quando éramos crianças.

Pense nisso hoje, reflita sobre a educação que você dá, sobre o exemplo que você é para a sua família. Se você errou até hoje, se não foi o melhor pai, não foi o melhor profissional, busque se reinventar. Ainda dá tempo. 

Seja hoje, melhor do que foi ontem, amanhã, melhor do que foi hoje. Isso sim, é possível, sempre será.

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