A novela "Que rei sou eu?" deveria ser reapresentada em horário nobre, os brasileiros mereciam esse presente da Rede Globo. O país hoje vive a crônica expressa no folhetim global. Na época ninguém imaginava isso, pois os estranhos no ninho da gestão pública eram o médico Enéas Carneiro, um professor renomado, que detinha conhecimento de nossa história e desafios econômicos.
Hoje, figuras esdrúxulas invadem o meio da gestão pública e ninguém fala nada, acho que por conveniência ou interesse futuro.
Um postulante ao cargo de presidente da República, que vai gerir o país, não precisa ser apenas honesto e cumpridor de seus deveres, bom pai, bom marido e ter um discurso afiado.
Os desafios brasileiros de hoje, mais do que nunca, são maiores que isso e exigem credenciais mais fortes.
Não basta querer ser candidato a presidente, mas é necessário ter preparo. Infeliz a conta que elege o candidato mais votado.
Estudiosos como o já saudoso Bauman, filósofo polonês, já cobravam um regime que substituísse o regime democrático. Numa de suas célebres frases ele afirma que ‘crise
de democracia’ é uma abreviação, uma noção limitada. Em países com
constituições democráticas, a crise de um Estado-nação territorialmente
confinado é culpa (afirmação fácil, mas não muito competente) de seus órgãos e
características definidos constitucionalmente, com a divisão de poderes,
liberdade de expressão, equilíbrio de poderes, direitos das minorias, para
citar alguns.
O Brasil não tem mais tempo de improvisar com candidaturas aventureiras, com Trumps que surgirão travestidos de apresentadores de sucesso, esportistas de expressão, palhaços e até cantores sertanejos. O Brasil não merece isso! E explico!
O gestor público não pode ser improvisado. Ele liderará uma equipe de técnicos, mas precisa ter capacidade para isso. Precisa conhecer a legislação aplicável a cada ministério, precisa dominar politicamente um grupo político que o represente no Congresso Nacional.
Os votos o credenciarão para o cargo, mas não o credenciarão para o exercício do mandato. O exercício do mandato de forma plena, no regime atual, que não será mudado, prescinde de apoio parlamentar.
Me dirão que não há opções. Eu concordarei. Mas que a falta de opção não seja justificativa para se eleger um político despreparado. Um anti-político fará mal ao Brasil.
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