Quando eu ouço uma frase como a do título acima eu penso, quem sou eu para mudar o Brasil! Assim somos todos nós, você leitor também não se acha capacitado a mudar o pais, tenho certeza disso. Nos últimos tempos, até por força das influentes redes sociais, tem sido disseminada a crítica reiterada aos políticos. Para uns, Lula é o algoz do povo brasileiro, para outros o presidente Temer e o PMDB, um outro grupo atribui todas as crises brasileiras aos tucanos, do PSDB, culpando Aécio, FHC e cia ltda, por todos os males a nos afligir.
Num movimento liderado por algumas cabeças pensantes, até disseminado nas redes, claro que de forma muito mais tímida, encontramos afirmações de que o problema do Brasil é o brasileiro, que seria preguiçoso, pacato e contumaz cometedor de pequenas irregularidades no seu dia-a-dia, como furar fila, subornar o guarda, dar propina para o fiscal, comprar produtos piratas e muitas outras "espertezas".
Eu falei aqui e falo em minhas palestras sobre a também famosa "lei de Gerson", que tem origem numa propaganda da década de 70/80 onde o jogador de futebol Gerson, falava que o importante é "levar vantagem em tudo".
O Brasil discute muito pouco sobre o tema ética. E temos essa síndrome ou essa pecha de que somos um povo que gosta de levar vantagem em tudo, que bonito é ser esperto. O brasileiro tem orgulho de dizer que conseguiu furar uma fila, que encontrou um amigo no banco, onde a fila estava enorme, ele deu as contas para o amigo e foi tudo muito rápido.
Há um outro estigma de que o brasileiro quando chega ao poder, qualquer que seja ele, corrompe-se
Há um outro estigma de que o brasileiro quando chega ao poder, qualquer que seja ele, corrompe-se. E mais recentemente disseminou-se a ideia de que se o cara chega ao poder ou a empresa pretende vender para o governo, tem que entrar no jogo.
Confesso que trabalho com licitações há muitos anos. Nas palestras, treinamentos e conferências eu costumo afirmar, sem que a plateia (na maioria das vezes especializada), não conteste, que 99% das licitações são totalmente corretas. Há erros? Sim, mas a grande maioria erros de formalidade. Nem sempre é desonesto o certame licitatório. Acreditem nisso, pois é a mais pura verdade.
E por causa dessa crença de que as licitações são todas direcionadas, muitas empresas deixam de vender para o governo. E o que causa isso? As licitações ficam nas mãos de poucas empresas, facilitando sim, à partir dessa evasão das empresas corretas, a malversação dos certames.
Eu afirmo em letras maiúsculas: É POSSÍVEL VENDER PARA O GOVERNO COM AÇÕES SÉRIAS, ÉTICAS E DENTRO DA LEI.
Vamos sintetizar: por causa da crença de que todas as licitações são viciadas, as empresas sérias não participam de chamados publicados pelo governo. O que isso gera? As licitações ficam nas mãos de poucas, facilitando, na maioria dos casos, a fraude e até o direcionamento.
O governo compra tudo, batom, roupa de cama, pneus, medicamentos, mesas, cadeiras, consultorias, sistemas de informática, alimentos, são 50 mil licitações mês, realizadas por prefeituras, Câmaras Municipais, Estados e governo Federal.
As empresas privadas podem mudar essa realidade do país, estudando as formas de vender para o Poder Público, implantando setores de licitações, acompanhando as licitações de sua área, vendendo com preços justos, mas principalmente participando.
Só assim podemos contribuir para a mudança do Brasil. Espernear nas redes sociais não fará muita diferença, precisamos de atitudes firmes, sérias e planejadas.
Se você tem uma empresa, que atue em qualquer área, consulte um advogado especialista, comece a planejar vendas para os governos, quem sabe a receita dessas vendas pode significar um salto nas receitas do seu empreendimento!
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