segunda-feira, 13 de julho de 2020

O fim da política como ela é....no interior



-Hoje tem comício no bairro! Atenção! Venha prestigiar o seu candidato!

Quantas e quantas vezes ouvi esse chamado para o comício do meu candidato e do candidato adversário. A força medida hoje por pesquisas eleitorais (os ibopes) do interior, eram os comícios. Se o comício de um candidato estava lotado, sinal que ele ia ganhar a eleição.

Em minha cidade, certa vez, um candidato trouxe para o comício final o Zeca Pagodinho, show na praça, mais de 4 mil pessoas. O outro trouxe o Jair Rodrigues. Zeca ainda não era o sucesso de hoje em dia, apenas se tratava de um cantor e ascensão. Jair estava em fim de carreira, mas atraía o público mais velho.

Lembro de uma outra eleição, onde o candidato sorteava geladeira, fogão, panela de pressão e atraía uma multidão a cada comício, fora a distribuição de camisas, que era farta. 

Há algumas eleições venho falando que a forma de se fazer política no interior estaria em rota de mudança. Sempre gostei dos comícios, vedetes das eleições municipais, esperado por muitos. Mas desde 2004, na eleição municipal, os comícios sofrem um processo de definhamento. Um dos motivos é que as eleições brasileiras são no inverno. O povo já não gosta de sair de casa. Mas some-se a isso o fato de que a classe política sofre com o descrédito geral e irrestrito junto ao eleitorado. Os políticos não são mais confiáveis, para uma parcela do eleitorado. Obvio que isso já acontece há anos. Mas o vereador, o prefeito e o vice-prefeito, especialmente de cidades menores, ainda eram respeitados e detinham credibilidade junto aos apoiadores, cabos eleitorais e até familiares. 

Em 2020 um novo ingrediente estará engrossando esse esfriamento dos comícios: o coronavírus. Muito provavelmente às vésperas do pleito o Brasil estará chegando no fim do pico da doença, pelo menos é a previsão dos especialistas. Mas mesmo assim, a volta às atividades normais não será tão ligeira.

Mas a forma nova de se fazer política também deverá chegar ao interior. A forma de abordar os eleitores, em que pese a mudança dos comícios para plataformas digitais, o que deve acontecer, muita coisa precisa ser implantada.

O problema, é que mesmo em comícios virtuais, os candidatos deverão se preparar. Não se forma uma rede de apoio em redes sociais da noite para o dia. A adesão a uma conta do Facebook demora meses até. E se você, candidato, ainda não tem uma rede, trate de correr e implantá-la, sob pena de seus comícios ficarem vazios. E não vai adiantar maquiar, pois o contador de presença na assistência de uma live, é implacável. O eleitor vai comparar!

(FOTO:prefeito de Aparecida de Goiânia, retirada do site da prefeitura)

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